(Publicado originalmente em 23/12/2017 em https://medium.com/@FlaFut/2018-n%C3%A3o-precisa-ser-m%C3%A1gico-mas-que-seja-ao-menos-flamengo-b26a1b8c0d61)
"Planejamento" milionário: 3 adolescentes da base disputaram final de torneio continental
Amigos Rubro-Negros,
Chegamos ao fim de mais uma sofrida temporada. Um ano que começou com milhões em caixa para gastar e várias taças para conquistar. O tal “ano mágico”.
Mas não há mágica que resista ao “planejamento” do atual Departamento de Futebol do Flamengo, que manteve o técnico e a base do “ano mágico” anterior e trouxe um punhado de contratações de nível duvidoso, variando entre apostas caras e jogadores renomados vindos de contusão e/ou longos períodos de inatividade. As poucas boas contratações, mais uma vez, vieram somente com a temporada já praticamente comprometida.
Não demorou para cairmos na realidade. A tão sonhada Libertadores foi mais uma vez pelo ralo logo na fase de grupos. No “Grupo da Morte”, quem morreu fomos nós, com requintes de crueldade. Na batalha final do Nuevo Gasómetro, um time recheado de “protegidos do Presidente” e sem um substituto à altura do nosso principal jogador — que havia se machucado.
Desastre? Vexame? Não aos olhos de quem comanda o Futebol do Flamengo. O acumulador de cargos (e vexames) tratou logo de bradar: tudo normal, “apenas” uma derrota; sem caça às bruxas e quem criticar não é um verdadeiro torcedor do Flamengo. Por sinal, nascia ali, naquele fatídico 17 de maio de 2017, o “Falso Rubro Negro”, nova categoria de torcedor com direito ao pacote completo da gestão: bananas, ofensas e ingressos caros, em qualquer dia, em qualquer lugar.
Veio o Brasileiro. E como o chefe mandou tudo seguir do mesmo jeito, os resultados não surpreenderam: qualquer chance de título pulverizada em menos de um turno, ex-estagiário demitido (novamente contra a vontade do mandatário) e um novo técnico, que teria que remontar e reanimar a equipe tão rápido quanto se adaptar a um novo país.
E já que o Brasileiro tinha sido perdido numa velocidade recorde, concentração máxima na Copa do Brasil — uma amiga de fé, que volta e meia nos rende alegrias inesperadas. Um drible improvável nos levou à final e achamos que era a nossa hora. Mas aí o tal “planejamento” apareceu forte novamente. Uma final em dois jogos: o primeiro sem centroavante e ambos sem goleiro. Uma espalmada para o meio da área aqui, cinco quedas para o lado direito ali, e pronto: nova decepção e mais uma taça perdida. Mais um vexame.
A essa altura, como não conseguimos avançar nem na natimorta e desprestigiada Primeira Liga, agora só restava mesmo a tal Sul Americana — mais um daqueles “patinhos feios” que a galera do “New Fla” sempre desdenhou, mas que de repente virara a tábua de salvação da tal temporada “mágica”. Uma classificação heroica no Fla-Flu, uma semifinal consistente, a base (antes esquecida) dando o seu recado e a finalíssima no Maraca, numa data sagrada. Tudo a nosso favor, finalmente.
Hoje não! Hoje não! Hoje sim… Mais um vice, mais uma tristeza e, dessa vez, com cenas lamentáveis dentro e fora do estádio que devem nos custar uma severa punição para os próximos compromissos no continente.
Ah sim, teve o Estadual… Aquele velho e surrado campeonato que nos rendeu a única conquista do ano. Aquele campeonato que chegamos a ameaçar não disputar. Fomos campeões invictos — mas sem ganhar um turno sequer. Nada que impedisse os Falsos Rubro Negros de comemorarem como se não houvesse amanhã — talvez intuindo que seria o único caneco da temporada. E, vejam só, até mesmo aqueles que desdenharam da competição se animaram, tirando muitas selfies no gramado do Maraca.
E foi assim, amigos, que 2017, o tal “ano mágico” (ou trágico), se tornou apenas MAIS UM ano de vexames e decepções desta Administração — essa mesma que comemora um sexto lugar como se fosse um título, com direito a foto para a posteridade e punhos cerrados. Tudo isso com a complacência do grupo que diz Só pensar no FLAmengo, mas vive crise de identidade entre aplaudir as bananas enviadas para a torcida ou se dissociar da já combalida imagem do seu mandatário.
Que 2018 seja um ano diferente. Não precisa ser mágico, mas que seja ao menos, Flamengo.
Feliz Natal para todos e que Papai Noel nos traga de volta a mística e a alma do Flamengo, perdidas há alguns anos. E, se não for pedir demais, que nos presenteie com um Departamento de Futebol reformulado, competente e verdadeiramente meritocrático.
São os votos do Grupo FLAFUT.
SRN
Grupo FLAFUT
Que este ano nos faça esquecer todos os anteriores sob a batuta da gestão azul. Orgulho de pertencer a este grupo. Abraços fortes.